quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Liberdade 2: O indeterminsmo




Você se considera livre?

Continuando nossa conversa, hoje vamos refletir sobre umas das correntes de pensamento sobre a liberdade, o Indeterminsmo. O absoluto indeterminismo, segundo o qual o sujeito possui total liberdade de escolha, que pode indiferentemente direcionar para qualquer objeto e ação. Não faltou quem sustentasse este absoluto indeterminismo. Já o monge Pelágio, em seus confrontos com Santo Agostinho, reivindicava a plena liberdade do homem com relação à graça divina. Na Idade Média, precisamente no período da escolástica, as dicussões sobre a liberdade se acenturam e deram origem a hábeis jogos dialéticos, como na conhecida história do asno do filósofo Giovanni Buridano, recordada por Dante em Paraiso: "se um asno se encontrasse diante de dois montes de feno, postos com a mesma distância, com igual qualidade e quantidade, isto é, igualmente apetecíveis, o asno morreria de fome, posto que não teria qualquer razão para escolher um dos montes." Não sabemos o que Buridano pensava a respeito, ao contrario, é certíssimo que o asno que não é filósofo, não morreria de fome, pois numa lógica indeterminista, ele se lançaria ao acaso sobre um outro monte: mas também é evidente que asno não escolhe e que o livre-arbitrio da indiferença não permite uma decisão à medida que para escolher é preciso que um motivo, uma razão que faça com a escolha se realize. O indeterminismo absoluto aparece, portanto, como a mais contraditória "doutrina" filosófica , pois reivindica a liberdade do homem, mas a extingue e a torna vã no absurdo e no gratuito. Uma liberdade sem razão não é liberdade, mas essa razão não pode ser invasora a ponto eliminar a liberdade, como ocorre no determinismo absoluto. Mas isso é uma outra conversa, mas deixo essa reflexão no ar, ainda você se considera livre?

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