sábado, 28 de novembro de 2009

LIBERDADE E NATUREZA na análise dos regimes totalitários.


HANNAH ARENDT




André Duarte em artigo sobre Liberdade e Necessidade no pensamento de Hannah Arendt, escreve, [...] Um dos principais temas discutidos em sua primeira grande obra, Origens do Totalitarismo, de 1951,diz respeito à pretensão totalitária de subordinar a liberdade e a totalidade da vida social, privada e política aos imperativos ideológicos contidos em supostas leis necessárias e absolutas, relativas ao movimento progressivo da evolução e depuração racial da espécie humana, no caso do Nazismo, e relativas ao movimento progressivo da História por meio da supressão das classes sociais, no caso do Stalinismo. Para a autora, os dois pilares de sustentação dos regimes totalitários são o Terror e a Ideologia, articulados de tal maneira que um não pode prescindir do outro, pois eles se retro-alimentam: ao mesmo tempo em que o terror absoluto recebe justificativas ideológicas que visam a demonstrar sua necessidade e inevitabilidade, por outro lado, é exatamente por meio do emprego extremo da violência terrorista que se criam e se reproduzem as condições sociais que, segundo a ideologia totalitária,melhor definem e caracterizam os inimigos do regime como seres degradados e perigosos que precisam ser aniquilados.

Em conseqüência dessa articulação interna entre terror e ideologia,as principais instituições dos governos de totalitários são os laboratórios ou fábricas da morte, os campos de concentração e extermínio, nos quais se testa a possibilidade absurda de reduzir os seres humanos à condição abjeta da vida supérfula que pode ser eliminada sem mais. Na fábricas da morte, os seres humanos foram indistintamente "reduzidos ao denominador comum do mais baixo nível da vida orgânica em si mesma", resultuante da criteriosa e absoluta privação de sua liberadade e espntaneidade." [...]

Referencia

Natureza e Liberade - Francisco V. Bocca (org.) Ed. Universitária Champagnat, Curitiba: 2005

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