terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Introdução a amizade em Aristóteles


Aristóteles é o “Pai” da filosofia prática, pois demarcou o campo da ação humana e distinguiu, pelo método e pelo conteúdo, o saber prático e a técnica fabricadora, assim como o saber teorético e o saber prático. A ética é uma ciência prática ou uma ciência da práxis humana, isto é, um saber que tem por objetivo a ação. Difere, portanto, da metafísica, que é uma ciência teorética, onde a mesma não cria seus objetivos apenas os contemplam. Apesar da distinção que há entre as ciências teoréticas, todas as atividades humanas têm como finalidade o bem. No caso da ética, esse bem é o do indivíduo que se prepara para viver com os outros na pólis, e a mesma estuda os fundamentos da ação humana. Por isso, que o estudo da ética tem início com a virtude em Aristóteles. O estagirita busca apresentar um referencial reflexivo a seus contemporâneos para que possam atingir a excelência moral, ou seja, serem virtuosos, vivendo de forma virtuosa conseguiu atingir a finalidade da vida humana: a felicidade. Com esse enfoque, discute-se o tema amizade em Aristóteles por se tratar de um sentimento desenvolvido pelos seres humanos, que pelo fato de serem animais políticos, ou seja, viverem em sociedade, este tema torna-se importante, pois perpassa todas as relações sociais. É por isso que o filósofo demonstra que há várias espécies de amizade e cada uma delas está diretamente relacionada com o que os homens buscam na relação que estabelecem. Assim, tão importante quanto à vida virtuosa é a consciência das relações amistosas que o homem estabelece e, sobretudo, se as mesmas estão interligadas a princípios e valores que contribuem ou não para realização do bem comum. Aristóteles trata da amizade nos livros VII e IX, que segundo o mesmo, é a maneira concreta de viver as virtudes em sociedade. Nesta se verifica a passagem da realização moral e individual e comum pela justiça e pela coragem para realização humana em grupos.

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